Novas Águas

Nas palavras que escrevo, não há o medo.
Nas ações que executo, há fé em tudo.

Muda o mundo se muda a ideia
E a voz contrária já não te ajuda,
antes gritava mas hoje é muda.

E os sonhos mudam com seus desejos
Mudaram os lábios, ficou-te o beijo.
E o arrepio do novo ainda é o mesmo
Mas a fé que trazes te afasta o medo.

Entre as religiões e a Ciência,
Soberana é ela, a experiência.
Já não te enganam as aparências,
Se faz de leiga a inteligência.

E se acalmam aquelas que antes bravas,
O rio é o mesmo, mas mudaram-se as águas.

Marcel Pastore

Só não me lembre da Saudade

Se sua vida é um livro aberto,
A minha é uma TV ligada.
Se só transitas na rotatória,
De me a preferência que eu quero estrada.

E poupe-me de suas contas e prós rotina.
Porque o preço da liberdade,
Você nem imagina.


Se não dividem,
eu pago a vista.
Pois conto com fundos de Fé,
Que a tempos fora de sua lista,
Nem sabes dizer o que é.


Se voltar o cheque,
Mande a conta.
Mas só não peça-me o endereço,
Que eu me lembro os juros cobrados ao fim da soma,
E eu, o tolo.
é quem paga o preço.

Marcel Pastore

Sonho de um Poeta

Hei-de fazer um poema onde não haja tristeza.
E que eu busque nas entrelinhas de minha nobreza,
Palavras leves mas com sentidos maciços.
Que construam risadas e distribuam sorrisos,
A face de todos e tolos.

Que todo fraco se descubra sábio ao arrepender de um choro.
E perceba de que nada vale um reclamar,
Pois ao enxugar da lágrima,
O antes "triste" é o que nos veio a calhar.


Marcel Pastore

16 Rosas Roubadas

Ninguém penhora o ouro de um poeta das calçadas,
Que encontra o seu tesouro em 16 rosas roubadas.

Cifrão não há,
Razão,
E nem equação que lhe emocione.

Nas contas desse mundo,
Cota alguma que ele some.

Discorda o tal Pitágoras,
Mas confessou achar bonito.
Que os dedos do poeta contem até o infinito.

Sentido,
diz ter sete.
E deu de exemplo suas oitavas.

Como cores, ou sabores.
Que palavra alguma encaixa.

E a teoria?
Nem diria.
Outro estilo em outra faixa.

Seus amores,
Seus valores,
Pra você não bate o caixa.

E essa conta,
Nunca pronta,
É o que mais chama sua atenção.

Dar sentido ao que é sentido,
E não tem fim essa equação.

Marcel Pastore

Mentindo Toda a Verdade

Eu acredito em coisas tão impossíveis
Que por causa dessas coisas,
As coisas impossíveis não acreditam mais em mim.

E eu contei toda a verdade,
Vi saudando-te a saudade,
E vi o mundo acreditar,
Em mentiras planejadas.

Vi cantando lhe as palavras
Desse povo sem canção
Sem alma, sem cor e ação
Mas que finge ser artista.

Arte essa sem revista
Sem exercito ou milícia
Cabe a quem inspecionar?
Cabe o choro ou cabe amar.

E eu falei toda a verdade
Falhei de tolo
Sinceridade
Não cabia ao tal do mundo


Passou horas em um segundo
Mas minha ignorância não passa
Não me aceitas a trapaça
Sem trapaças não me aceita

Mentirosa a tal receita
Não se encaixa ela na mente
Não sou eu ingrediente
Ou não é essa a solução

Sem soluço e sem razão
Sentimento
Sente ou não
Mas me foi o necessário

Acredito no contrario
Sem saber que o salafrario
Diz que não acredita em mim

Sou do contra
Eu sou assim


E nem me importa o que acreditam
Pois já não acredito em nada
Que não contos
Que não fadas

Se não ri de minhas piadas
Elas riram de você
Mesmo assim
Sem te entender

Pois perderam julgamento
Pois sentido eu auto-invento
Pois o vento auto-existe
Mesmo antes da janela

Abra o peito
Eu abro ela
Só pra duvida voar

E o impossível ira negar
Que um dia me negou
Custe isso o que custar

Mesmo que custe eu contar
Seu segredo mais que triste

Pois engana-te a ti mesmo Sr. Impossível
O que dizem por ai,
É que o senhor nem mesmo existe.

Marcel Pastore